Dona Nena: transformação que inspira
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Editoria Chocolatear
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27/10/2020
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Ribeirinha amazônica, com aptidão para encarar os desafios e tornar seu sonho realidade, transformou a receita da família de um chocolate rústico 100% orgânico, em um delicioso negócio sustentável. Tudo isso respeitando e preservando culturas, tradições e o meio ambiente em que vive e ainda gerando emprego e renda à população local.
A seguir, você acompanha entrevista exclusiva e na íntegra, diretamente da Ilha do Combu, que a Dona Nena, gentilmente concedeu à equipe da Castelli Escola de Chocolataria. Nossos agradecimentos especiais ao nosso ex-aluno Mário de Carvalho, gerente da Filha do Combu, que fez todo o trâmite para termos a dona Nena aqui, nas páginas do nosso CHOCOLATEAR:
1)
Me conta um pouquinho da sua
história com esse fruto chamado cacau.
2)
De extrativista a cuidadora do plantio e manejo do
cacau... Quando e por que esse processo foi despertado na sra.?
3)
Como a sra. resolveu beneficiar o seu próprio
produto e criar a marca Filha de Combu? Desde quando a sra. teve esse
olhar ao beneficiamento do produto genuinamente amazônico?
A marca Filha do Combu foi criada aos poucos. Eu primeiro fazia apenas a barrinha rústica de cacau com açúcar. Depois, o produto foi melhorando e até retirei o açúcar da receita quando deixei de fazer no pilão e passei para o moedor. Precisei abrir uma empresa (MEI) para poder vender também para os restaurantes. Na minha empresa sempre procurei valorizar a realidade do ribeirinho, o resgate da receita da família e da minha vontade de adaptar esse produto e deixá-lo mais saudável, sem perder essa essência.
4) A sra. imaginava que era possível transformar uma
receita familiar em uma fonte de renda sustentável e ainda beneficiar outras
famílias ribeirinhas, além de resgatar a cultural e a tradição regional?
Não imaginava que tudo seria dessa forma, desse tamanho. Tinha vontade de crescer e queria o melhor pra minha família e fico muito feliz sabendo que contribuo com a comunidade. Eu nunca me vejo como empresária. Foi uma coisa boa poder ter essa condição de melhorar a situação em casa e ajudar outras pessoas.
5) Sei que a sra. foi para Canela estudar, se especializar, buscar
conhecimento. Fez a formação profissional em chocolataria... Gostaria de saber
como a sra. chegou à CASTELLI ESCOLA DE CHOCOLATARIA e como esse novo
aprendizado impactou na sua vida, nos seus negócios?
Eu achava que eu nem podia fazer o curso na Castelli devido eu
não ter o ensino médio completo. Devo tudo isso ao Mário de Carvalho, o atual gerente
da empresa, e à esposa dele, a Keila, que acreditaram em mim.