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Para Ana Ruzzarin, empreender é “fazer coisas que a gente acredita”. Professora, consultora e chocolate maker, ela não só acreditou no seu potencial, como foi buscar no conhecimento um forte aliado para concretizar seu sonho. Em pouco mais de três anos dominando a arte de produzir chocolate Bean to Bar, a especialista já acumula quatro premiações nacionais e internacionais.

A definição mais simplista de empreendedorismo, em muitas literaturas, afirma que empreender é a capacidade que uma pessoa tem de identificar problemas e oportunidades e investir recursos na criação e desenvolvimento de soluções. Mas, empreender é sonhar. É acreditar em coisas mágicas e impossíveis. É o lidar com incertezas, fazer acontecer, criar, inovar, se reinventar. Ser visionário e um eterno insatisfeito com sua performance e seus conhecimentos.

Brasileiro é um povo empreendedor por natureza. E quem diz isso são as pesquisas. No ano passado, resultados de um estudo do programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontou um aumento no empreendedorismo no nosso país: de cada 5 adultos, 2 são empreendedores. E, segundo pesquisa da Endeavor, 82% dos brasileiros acreditam que o desenvolvimento do nosso país está atrelado ao ato de empreender. 

Dentre esses que acreditam em seus sonhos e que contribuem com mudanças importantes na humanidade está esta gaúcha Ana Ruzzarin, de 55 anos. Personal trainer de formação, ela é chocolate maker, professora da Castelli Escola de Chocolataria, consultora e criadora e idealizadora da marca Negro Doce Chocolataria, sua terceira empresa. Ela faz chocolate Bean to Bar (da amêndoa à barra), um estilo de produção que controla todo o processo ainda na fazenda, da colheita e fermentação à compra das amêndoas direto do produtor. Preconiza uma cadeia de produção justa, o bom relacionamento com o cacauicultor e valoriza a sustentabilidade. Lá na fábrica, prepara chocolates de maneira artesanal, com produção natural, livre de aditivos.

Esse seu casamento de sucesso com o cacau e o chocolate é recente, mas já rendeu bons e importantes frutos. Ana entrou no mundo do chocolate sem querer. Ela só queria comprar chocolate para produzir o brigadeiro de sua brigadeiria, sua segunda empresa. Teve que aprender, estudar, entender e transformar. Conhecer as características desse alimento e suas variáveis. E foi ao fechar a sua loja de brigadeiros, em 2017, que ela resolveu aplicar seus aprendizados de chocolate, no chocolate! E o resultado está em 4 prêmios: em 2018, bronze para a barra 70% cacau no Prêmio Bean to Bar Brasil; em 2019, Prata para a barra 70% cacau no Prêmio Bean to Bar Brasil e Bronze para a barra 45% cacau na categoria Milk Bean to Bar da Academy of Chocolates, de Londres; e o mais recente, em novembro de 2020, Ouro para a barra 55% cacau na categoria chocolates com inclusão no The Chocolate Alliance Awards.

Prêmios nacionais e internacionais são relevantes e abrem portas. No entanto, para Ana, produzir com propósito é muito mais importante.  A vontade de gerar um país melhor, criando algo saudável, a partir do cacau, foi o que a encaminhou à elaboração do chocolate Bean to Bar.  Conceber uma cadeia de produção justa e um produto saboroso, usando poucos ingredientes, é a paixão que a move.

E empreender não depende apenas de força de vontade. Você tem que iniciar algo quando a ideia realmente for transformar o seu entorno, que tenha propósito e esteja alinhada com o problema que você quer resolver. Qualquer empreitada tem de ter uma razão fundamental, responder a seu anseio mais íntimo. Segundo a especialista, aliado a tudo isso é necessário planejamento e muito conhecimento. Disciplinada, entusiasta e guerreira, ela frequentou escolas de chocolate espanholas e suíças. Cursou Pós-graduação em Chocolataria na Castelli Escola de Chocolataria e se especializou na Chocolate Academy. Hoje, segue inovando, misturando sabores e brincando com as porcentagens de cacau e acreditando que não faz chocolates, mas que cria experiências sensoriais!